Quem nunca teve decepções amorosas, que atire a primeira
pedra (Chiquinho Escarpa, saia daí, você não conta...). Assim que saí pro mundo,
o recém adolescente está sujeito aos mandos e desmandos do cérebro. Começamos a
nos interessar pelo sexo oposto, ou mesmo pelo mesmo sexo, dando início à nossa
eterna procura por um parceiro/a ideal. Claro que todos temos ideais gravados em
nossas psiques; padrões masculinos e femininos provenientes dos nossos
primeiros cuidadores, e isso será nossa “lente” que nos permitirá enxergar
possibilidades que façam aflorar nosso sentidos reprodutores. Mas da teoria à
prática há uma hiato espaço/temporal de imensas proporções. Assim como o bebê,
dando seus primeiros passos, caí, se machuca, mas aprende a se levantar, o neófito
nos assuntos do coração sofrerá os mesmos processos, não tão literais( às vezes
“tão literais”).
A velha guerra entre os sexos está travada. O clube da
Luluzinha e do Bolinha se separa, como uma forma de se defender da tribo
inimiga. O grande problema, é que a tribo inimiga é desejada, e a partir daí as
coisas começam a mudar. Os meninos são chamados de cruéis pelas meninas, devido
à falta de respeito pelo sentimentos destas. Concordo plenamente, mas vamos
analisar mais friamente. A mulher decide quem será o parceiro, quem será seu “primeiro
homem”, ao passo que o homem , tido como espalhador de genes, salvo raras
exceções, irá apanhar igual a uma criança marrenta, que faz birra na hora do
jantar querendo a sobremesa. Ele irá ser maltratado e aviltado, até que
encontre( se encontrar) alguma possibilidade de envolvimento romântico, mas aí
já é tarde, o coração já ficou no porta luvas.
Acredito que tanto homens, como mulheres sabem ser cruéis ,e
isso é inerente ao ser humano, mas o grande fato é que essas primeiras
experiências machucam e muito. A partir daí existem algumas saídas: Ou você
enterra aquilo no recôndito mais profundo de sua alma, para que seu analista um
dia seja um arqueólogo que o tire de lá; Ou você sublima, transformando em
humor aquilo que te corrói. Eu posso dizer que sou um trapaceiro, pois uso
ambos. Posso dizer sem medo, que essas minhas experiências ( que não contarei
em detalhes devido ao alto número de situações humilhantes) me fizeram o que
sou. Não que isso seja grande coisa, mas muito da minha tristeza interna,
proveio dessa falta de aceitação. Eu vivi na Santos da rejeição, e isso tem um
peso na minha vida.
Eu decidi devotar minha vida a ajudar o próximo. Só quem
esteve perto da dor, sabe o que é, e portanto, posso ter empatia. Uma das raras
coisas à qual eu posso me gabar é minha facilidade em entender e acolher o
sofrimento alheio. Porém isso não faz com que meus processos doam menos.
Escolhi minha profissão pois sei que existe no ser humano um potencial, o ouro
alquímico escondido por debaixo dos escombros. Mas descobri-lo não é fácil.
Exige luta, desprendimento e vontade...e claro, estar no mundo, pois ninguém
nunca estará livre disso. ( Claro que em Santos essas coisas acontecem com
muito mais facildade...)
Postado ao som de:
Chanceler e Diplomata: Esses poderiam jogar pedras, tenho certeza que nunca sofreram por amor
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