sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Ode aos amigos

Graças ao Orkut, recentemente descobri vários amigos meus de infância, que nunca mais tinha tido contato. Era como se uma parte de mim tivesse se perdido e me senti meio que recuperando. Falei com alguns por msn, mas em alguns senti uma certa resistência, como se fosse uma pessoa qualquer, o que na verdade sou, pois haja visto que se passaram anos sem contato. Mas o que me fez refletir sobre o assunto e lembrar o quanto sou feliz por ter os amigos que tenho. São os mesmos desde o colegial e é o que se pode chamar de amizade completamente desprovida de interesse. Com o passar do tempo, você vai ficando mais seletivo com relação a amizades: não são todas as pessoas que te atraem, todos os programas que te divertem, mas por hora você acaba aceitando, seja por imposição social ou mesmo por escolha. Porém até hoje não encontrei amigos como esses que citei. São poucos, porém 14 anos de amizade podem mensurar o nível de intimidade que nos encontramos. Eu sou um introvertido( apesar de me considerar muito comunicativo), não espere me ver numa festa falando com todos, sendo o centro das atenções. Me interesso por poucas pessoas, mas as quais me interesso, procuro dedicar o máximo de energia pra manter essas relações.

Eu tenho amigos de todos os tipos, como já citei. Tem aquele teimoso, brigão, dono da "verdade", porém é a primeira opção quando preciso de um conselho, pois sabe usar toda aquela sabedoria pra me ajudar( e me ajudou) a sair do buraco várias vezes. Tem aquele que eu me aproximei por possuir histórias parecidas e que, mesmo quando todos insistiam em julgá-lo pelo exterior, eu sempre vi nele um cara de uma sensibilidade absurda, e hoje prova isso escrevendo seu próprio blog, e se tornando-se a pessoa admirável( parafraseando outro amigo) que sempre teve potencial. O amigo que possui uma leveza tão grande, uma simpatia extrema, que precisamos dividí-lo com outros grupos de amigos, o que sempre me deixou fulo da vida, porém nunca deixou, em nenhum segundo, de se importar comigo e com esse grupo. Aquele amigo que eu vi, e que por conseguinte me viu chorar, esteve comigo em momentos depressivos, mas que tornamos tão hilários, que lembramos com saudade, e que mesmo estando do outro lado do atlântico, é uma presença constante, nem que seja na lembrança. Outro que nem sempre vejo, fico meses às vezes sem um contato, porém quando chega, me faz sentir tão à vontade, que parece que faz três dias que não nos falamos, pois realmente "vem para cá", entrega-se totalmente. O que alguns rotulariam como Playboy( tá, eu fiz isso algumas vezes,rs), mas que de alguma maneira, no silêncio, pensa muito parecido comigo, e que sempre tive grande cumplicidade. O amigo coração de ouro, sempre disponível e preocupado, aquele que liga só pra saber como você está. E também tem aquele, que fez faculdade a 500km daqui, que chega na cidade às 9 da noite e mesmo assim lembra de estar em contato e o pior, lembra de tudo que eu falei pra ele em todas as conversas. Distância realmente não é grande empecilho para amizade, pois tem o amigo que não tem orkut e msn pra se lembrar, mas nunca esquece uma data importante e faz questão de reunir a turma, mesmo que viaje de outro estado para ficar apenas um fim de semana. Nem todas as amizades precisam ser profundas, pois também tem aquele que você encontra pouco, cujos interesses às vezes não batem, mas que sempre abrilhanta os encontros, trazendo exatamente essa leveza. E por falar em leveza, não podemos nos esquecer do amigo "meio maluco", aquele que nós não sabemos como consegue ainda ser dessa maneira, porém, é o único que nos faz lembrar de como era fácil quando a gente simplesmente saía pra se "zoar". Ele se lembra dos apelidos e nos faz agir, de maneira positiva, como se fôssemos aqueles velhos moleques. Moleques das noite de mau-mau e macdonalds, da banda horrorosa que nunca deu certo, mas que se fosse possível, eu voltaria imediatamente com ela. Das idas ao boliche, às baladas ( que a despeito do meu ódio por elas, com eles ficou mais fácil), as viagens, as bebedeiras. Tudo isso vive em mim, a cada dia. Horas com saudosismo, hora como um escapismo do dia-a-dia.

Nem sempre fui o melhor que pude para eles, e muitas vezes me torturei por isso. Acho que é por esse motivo que sempre me orgulho desse grupo: nós sempre soubemos nos aceitar, apesar dos defeitos. Brigas mil aconteceram, e espero que ainda aconteçam, pois são elas que fortalecem os laços, que nos fazem treinar nossa tolerância e perdão. Os amigos são o laboratório da vida, e embora ela se desmembre em caminhos diferentes, o trabalho, a família, esposas e namoradas mudem nossos focos de interesse, creio que lá no fundo, ainda existe aquela vontade de jogar Mario Kart até de madrugada, ou fazer uma listinha das meninas mais feias do colégio( acredite, nós fizemos isso...)

3 comentários:

  1. Acredite, nós te amamos mais ainda.

    Luciano.

    ResponderExcluir
  2. Black, mais um texto muito legal. É muito bom quando vc bota seus dedos para trabalhar :-)

    ResponderExcluir
  3. Como é bom ter você de volta. Me sinto um pouco negligente com minha amizade. Espero um dia me dedicar mais e poder estar mais presente.Mas, saiba que mesmo distante ou ausente, sei que tem um viado que toma suco de manga com cajá nos botecos de santos rsrsrsrs.
    Te amo cara. Escreva mais!
    Abraços

    ResponderExcluir