terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O real valor

Lendo o blog do meu grande amigo, o estupro mental, elogiei muito seu post sobre os canalhas e sua vida longa. Concordo em termos. Não acredito nessa história de que os canalhas tem que ficar aqui para pagar por suas escapadas, ou como algum tipo de castigo prisional, no qual a pena máxima é permanecer por aqui mais tempo. Dizem que os bons morrem jovens. Isso não é verdade e creio que nem sequer existem estatísticas pra isso, mas o grande fato é que a morte glorifica, engrandece. Eu nunca vi num funeral as pessoas dizerem "ainda bem que morreu, esse traste inútil". A morte trás tanto medo a todos, que o desencarne provoca a diluição de antigas rivalidades e o esquecimento de tudo de errado que se fez, tendo até um dia específico em que se rendem homenagens e glórias aos apresuntados. Não acho isso errado de forma alguma, porém me detenho na sentença citada acima, sobre os fato dos bons morrerem jovens. Eu acho que o que acontece é que os bons não são valorizados em vida. Aqueles que dedicam suas vidas a auxiliar, que colocam o sublime amor incondicional a serviço do próximo, esses passam suas vidas incólumes, trabalhando nos bastidores, e só recebem as devidas homenagens quando do desenlace terreno. Só aí as pessoas passam a dar valor, devido aos louros glorificantes do doce abraço de Thanatos. Por quê não dar valor enquanto se tem, enquanto se está próximo, do lado? Porque nada é eterno realmente, nem poderia pois contrariaria toda a roda evolutiva na qual estamos ancorados, mas de verdade quando algo se vai, geralmente não volta, aí começam as homenagens,os documentários, livros e os especiais de fim de ano da globo.
Valorizemos os nossos anjos que estão por aí. Não são muitos, mas às vezes nós é que não temos sensibilidade para perceber suas ações. Mas eles estão por aí, pois uma fagulha de luz sempre ilumina a escuridão.

2 comentários:

  1. A morte, em vista de muitos, parece ser o último instante de redenção, a última chance do ser humano se mostrar "humano". É nessa hora que percebemos que, independente de que fomos ou fizemos, vamos acabar no mesmo lugar.
    Então a gente se conforma porque, aquele canalha, que só deu peso pra Terra, também vai virar pó.

    Acho que a melhor forma dar valor às pessoas que merecem é se juntando a elas nessa estrada, seguir os mesmos passos , disseminar os feitos benéficos. Nada de estátua, nome de rua, ou biografia distorcida pela Globofilmes, isso não diz nada. Tentar ajudar, fazer o bem, de coração aberto e sem holofotes já é um caminho.

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  2. É bem por aí mesmo Black, mas o que dizer dos gênios da humanidade? Estes, mesmo que morram velhos, ainda morreram cedo demais. Porém, sempre que um medíocre se vai, ele é substituivel, naturalmente. O tecido do sociedade continuará sem rasgos mesmo que esta pequena fibra se rompa. Todo canalha é medíocre, mas nem todo o mediocre é um canalha. Exemplo, José Sarney é um medíocre, canalha e não morre jamais. Ficarei feliz com a morte dele. Enfim, é isso. Valeu pela referência.

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