As provas estão terminando e com isso mais um ciclo se fecha. Mas isso é apenas uma manifestação simbólica do que tem ocorrido. Tive algumas quedas esses dias, me senti nervoso, irritado, ainda me sinto assim. Não me culpo por sentir raiva, pois ela faz parte de mim, mas estou aprendendo a dialogar com ela. Sinto raiva de algumas pessoas? Sim, mas não as odeio, porque o problema sou eu. Cada um tem seu momento e aqueles que semeiam vento, colhem tempestades. Tive um surto adrenérgico, tremedeiras, tudo isso por coisas da minha cabeça, coisas que acho que não estão certas, mas muitas delas não cabe a mim mudar. Me sinto isolado, meio atrasado na corrida, que por sinal é uma corrida que eu nem deveria participar. Na corrida materialista eu jamais seria a lebre, tampouco a tartaruga, mas o correr da coisas é que me incomoda. Às vezes sinto que não estou fazendo aquilo que vim fazer aqui, minha missão. Sinto que as coisas estão atrasadas e que talvez não de conta de fazer todo o trabalho. Me sinto pressionado por mim mesmo. Sinto dor, como qualquer ser humano, mas nunca me conformo, nunca estou na zona de conforto, escorado em algum rótulo. Não gosto do momento presente, portanto espero a roda girar novamente. Meus amigos não estão mais aqui, no meu trabalho é praticamente impossível criar vínculos afetivos, pois estou cada dia em um lugar. Na minha faculdade, eu nunca me senti pertencente àquele grupo e sinceramente conto os dias para a minha formatura. A coisas mais emocionantes que eu tenho feito são passar shampu e condicionador ao mesmo tempo, colocar o feijão antes do arroz e quando não tem pão em casa, sair pra comprar.Minha vida hoje é quase um episódio de Miami Vice. Tudo bem que não sou mais um entusiasta da boêmia, mas dái virar recluso, já não se mostra tão atraente. Sim, é uma mudança de ciclo, e como toda mudança demandar morte de velhos grilhões, sangramento, destruição de alguma maneira. Nós nascemos sangrando, morremos sangrando e vivemos sangrando...é sempre necessário uma certa dose de dor nas mudanças, mesmo que sejam imperceptíveis. Ser feliz é uma busca? A felicidade está na própria busca desta. Não existe felicidade eterna, embora hoje se acredite nessa teoria. Temos que ser felizes a todo momento, viver apenas pro prazer, pro riso, pro que é bom. E quando entramos em contato conosco? A reflexão é necessária, momentos soturnos, de introspecção para que outras partes de nós comecem a falar. Eu particularmente não consigo viver uma síndrome de comercial de margarina. Acredito que possuo muito mais a me orgulhar do que reclamar, mas faz parte ser incompleto. Felicidade eterna não nos levaria a lugar nenhum. A mudança tem que acontecer.
E ela está acontecendo....
Postado ao som de: Tino "Por primera vez"
E sem poder sentar uma semana depois dessa primeira vez...
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