sexta-feira, 24 de junho de 2011

A era sem moral

Já faz um tempo que não paro para escrever por aqui. Andei passando por uma fase sabática, onde parei pra pensar em muitas coisas, para fazer aquela velha limpeza dos "armários", jogar tralha fora, para que novas roupas e acessórios tenham espaço pra se achegar. Sinceramente não me sentia impelido a escrever nada, e olha que assunto não faltou, devido a experiências, digamos "extrassensoriais" as quais passei na última semana, mas que não são assunto para esse blog. Porém, ao parar pra refletir, e como sempre me coloco como o arauto da provocação, resolvi falar sobre um assunto, que de tão em moda já se tornou banal, que é a questão da moralidade. O que é a moralidade, e o que se está fazendo com ela nos dias de hoje?








Quem acompanha meu blog ( as duas pessoas que o fazem) ou quem me conhece pessoalmente sabe que eu, não seria eu, sem dar meus pitacos e cutucadas sobre assuntos sob os quais tenho uma opinião formada. E hoje não será diferente. Ao falar de moral, tento colocar em cima da mesa a função que tem essa entidade, se limitadora ou fundamental para a vida em sociedade. A Moral é o que norteia nossas ações em termos coletivos, que é a engrenagem do social. Aquilo que fere a moral, logo, em teoria, deveria macular a todos de uma maneira geral. Mas não vejo isso como verdadeiro. Se formos analisar friamente, a Moral é uma convenção, que embora seja um manual de instruções até certo ponto, não é uma tábua de salvação para o mundo. Os Maias já diziam em suas profecias, que no fim dos tempos, a Moral iria se rebaixar, para que as pessoas pudessem se mostrar como realmente são. E é o que tem ocorrido.








Eu sempre fui contra regras e convenções limitantes que a sociedade insiste em colocar, como grilhões para deter o verdadeiro potencial humano, mas que não podem ser totalmente ignoradas, com vistas a manter um equilíbrio homeostático na máquina do sistema. Porém o que vejo acontecer é uma deturpação de até onde se poder ir ou não, em termos de liberdade individual. Bom, mas até agora só escrevi bonito, me distanciando do meu estilo mais pé na porta, que é como me sinto mais à vontade. O que eu me perguntaria num dia normal é que porra está havendo hoje? Mas não encontraria a resposta, e ficaria como sempre fico: batendo a cabeça para tentar achar uma explicaçção racional. Mas não há!! A grande verdade é que criou-se uma linha tênua entre o livre e o imoral. Não me coloco mais uma vez como arauto da moralidade, mas daí ter uma permissividade, não acredito ser esse o caminho. Me preocupa essa geração "de sensações" que está surgindo, nos seus 12, 13,14 anos. Não há limites quanto a sexualidade, relacionamentos emocionais. Tudo é experimentação, e não acho errado, desde que haja um ego fortalecido e uma família estrutuda por trás, e sinceramente, nenhum dos dois existe na maioria dos casos. A sensação e o prazer são mais importantes. Mas o pior não é essa geração e sim a minha, que ao invés de dar suporte a essa nova "turma", acaba fugindo para uma máscara de plástico, ou então tenta entrar na mesma sintonia ( ou "vibe" como diria filha da putisticamente), quando na verdade fomos criados de outra maneira. Cada um sabe onde seu calo aperta, e cada um julga seus atos de acordo com as ferramentas que possui. Não há como cobrar de alguém determinadas atitudes, quando estas não estão internalizadas.








A grande verdade é que hoje a putaria está desenfreada, a velocidade está desenfreada, tudo parece sem rédeas. Talvez seja a tão mudança de padrão dimensional, ou mesmo uma fase de transição. Sinceramente parei de me preocupar com o que virá, pois cada um receberá as sementes que plantou. Pra mim não existe código de moral e sim código de ética. Já diria RS "Faz o que Tu queres, há de ser tudo da lei!" O juiz interno proverá e julgará. Mas esse juiz é a própria pessoa, portanto, não haverá arbitrariedade nesse julgamento.



A única dica, a qual procuro seguir é o ser feliz. Mas que essa felicidade não signifique pisar em ninguém, e sim, seguir sua essência verdadeira e não aquela imposta de fora.


Postado ao som de:
Odair Cabeça de Poeta e Grupo Capote "Feira da Fruta"( a trilha do filme do "Bátima")
Se feiura pagasse imposto......



Um comentário:

  1. Black,

    Definitivamente não vivemos a era mais apropriada para se discutir éticas e moral. Na verdade, por termos sido uma das ultimas gerações criadas dentro de uma educação completa, podemos deduzir que a coisa esteja indo pro buraco. De certa forma está sim, mas eu acredito ser algo temporário. De uns tempos pra cá passei a analisar a socidade como ciclica, ou seja, tem seus momentos de ápice e decadencia. Podemos citar que a sociedade romana teve seu apice no periodo pré cristo, e depois deste, coincidencia ou não, passou a entrar em decadencia moral. Eles passaram, e depois deles a sociedade moderna se formou. Desde lá, já fomos governados pela igreja, já nos dissociamos dela, criamos outros credos, passamos pelo periodo vitoriano (moralista ao extremo) e hoje nos encontramos encarando as consequencias da busca desenfreada pela liberdade iniciada nos anos 60. Acho que a sociedade em breve perceberá seu erro, e voltará a impor certos padrões de rigidez para as gerações futuras. A tendencia, para o futuro, acredito ser o equilibrio. Hoje vivemos com conforto demais pra pensar em nossa moral e ética, mas em breve teremos que repensar tudo isso, ou seremos mais uma Roma.

    abs,

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